Recordo-me como se fosse ontem. Pela última vez senti carinho (verdadeiro e não amostras do mesmo) no teu forte abraço. Há quanto tempo já nem te preocupavas como naquela tarde? Foi maravilhoso. Ambos estávamos de rastos, mas tu mesmo assim conseguiste levantar-me e fazer-me sorrir de novo. Não sei como te posso agradecer por isso. Tens razão,não posso. Foi impagável o que te disponibilizaste a fazer e se rápido pensaste, mais rápido actuaste. Desde esse dia que fiquei em dívida para contigo. Não fazes ideia do peso que cai nos meus ombros cada vez que sem querer aterro naquele nosso sítio. As memórias mandam-me abaixo. Fico sem forças com o tempo que passou. Olho pela janela e sinto que continua tudo igual: o sol brilha de encontro aos bancos, o jardim está mais verde que nunca, as escadinhas , tudinho à excepção da tua ausência. Nunca a tinha sentido antes (aliás nunca tive razões para a sentir, nunca lá esteve). Agora bate cá no fundo cada vez que te aproximas, e reflecte-se em cada parede do meu ser, até me fazer estoirar por completo. Faltas lá tu para os meus olhos brilharem tanto, mas sabes uma coisa? Os meus olhos só brilham contigo pelas lágrimas que me fazias derramar. E é quando a realidade me atinge com a força de um camião: Já não há espaço para nós. Tu seguiste em frente e eu... eu fiquei parada algures entre o antes e o agora, naquele segundo em que estremeci por dentro só com a tua respiração, e o segundo em que fiquei juntinho à minha verdadeira felicidade e a abracei com o maior carinho que alguma vez consegui transmitir. Agora temos de pôr tudo para trás das costas. Vai ser difícil, eu sei, mas o que é fácil, nunca deu gozo. E bem sei que finalmente vou ser livre. Livre de ti. Vou bater as asas e voar mais alto que as nuvens.
27/04/2010
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