quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

um longo caminho

Corro passos desmedidos para conseguir chegar ao meu porto abrigo, finalmente salva da injustiça que já não se importa com o olhar da multidão. E dói vê-la todos os dias apreciar os prejuízos que provoca, cada vez mais desastrosos, às vezes incapazes de aguentar por pobres almas que se esquecem o que é viver, esquecem-se até do que é ser. Continuo numa batalha constante para dar um passo a seguir ao outro, sempre em frente, tentando não regredir, a subir esta montanha cheia de ursos grandes, do tamanho do mundo, que mandam tantos abaixo, e vejo falsos sorrisos que escondem tímidas hipocrisias. Estou quase no topo e vejo a maior das injustiças à espera, ao lado da minha porta. Páro, esfrego os olhos, ainda com esperança que seja algo diferente, uma alucinação que o frio gelado me tenha provocado nas células humanas, mas não. Trata-se da pura infelicidade, tão potente como só a realidade consegue, e transporta-me de novo para a primeira fase desta dura batalha, que sabe a fel de todas as vezes que a tento terminar, ainda sem sucesso.

1 comentário:

RockSye'Anne disse...

Gostei.
Retrata mesmo muito bem a vida. *-*