terça-feira, 10 de agosto de 2010

é agora

Quando te afastas-te, vestindo uma falsa calma e perturbante melodia, levaste tudo contigo. Só me deixas-te o corpo que hoje arrasto, superficialmente arranjado. A alma, essa ficou alojada onde menos esperas, nesse sítio pequeno onde pensas não existir nada. Nunca fui destas coisas de ficar a olhar para o céu numa noite de brisa quente, e imaginar tudo se nada disto tivesse sucedido. A R. diz que atingimos mais rapidamente os nossos objectivos se nos concentrarmos nos fins em vez de apenas nos meios, senão acabamos por nos perder neles. Mas será que é possível realizar este? Sei que o que eu menos devia ter neste momento era a incerteza nas minhas ideias, e como sabes sou tão fraca como a confiança que inflijo e mais uma vez peço o teu perdão, apesar de esta não ser apenas mais uma vez. Esta é a vez. A vez em que penso e repenso e tenho a certeza do que quero ou não. E apesar de teres escapado e não mais voltares para o meu colo de sofrimento, mostrar-te-ei que nunca desisto do que realmente quero. Dúvidas instalam-se, e eu sei que hoje, pelo menos por hoje estarei um pouco mais descansada pois tirei cá para fora estas palavras encravadas da garganta, ainda que outra parte de mim saiba que nada te convencerá pois o sofrimento é muito e as mentiras dobradas umas em cima das outras magoam a triplicar a cada vez que as repito. Por agora só te tenho a dizer desculpa.

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