Porque uma mulher é uma força da natureza. Movemos montanhas e rios para que a nossa vontade seja feita, e somos muuito teimosas, muitas vezes parvas com quem amamos (mais do que queremos), pedimos desculpa demasiadas vezes, choramos pelo que não vale mais a pena (ou por quem nunca o valeu). Chateamo-nos demasiadas vezes, irritamo-nos com a mais pequena mosca que decide chatear na pior altura possível e somos preguiçosas. Mas amamos viver, amamos quem nos dê um pedacinho de vida para além da monotonia normal, agarramo-nos ao pedacinho de folha rasgada de felicidade que o mais perfeito desconhecido nos ofereça. Somos sensíveis aos problemas dos outros e muitas vezes arranjamos problemas por isso. Cedemos a nossa felicidade pela da amiga de longa data que nunca a teve, ou por um bem de força maior. Fazemos tudo para procurar o bem estar de todos, principalmente do outro antes do nosso. Se és mulher, sabes disso. Por isso e por tudo o resto que é ser mulher, merecemos um dia, aliás merecemos todos os dias. Porque uma mulher é uma Mulher todos os dias, e não só neste dia!
Um grande beijinho para todas vós que me lêem, e um dia feliz, para além de todos os outros, é o que vos desejo.
pouco, mais que nada
sexta-feira, 8 de março de 2013
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Em nome do amor puro
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa não é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero fazer é o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Teixeira de Pascoaes meteu-se num navio para ir atrás de uma rapariga inglesa com quem nunca tinha falado. Estava apaixonado, foi parar a Liverpool. Quando finalmente conseguiu falar com ela, arrependeu-se. Quem é que hoje é capaz de se apaixonar assim?
Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão mesmo ali ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram «em diálogo». O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica da camaradagem. A paixão, que deveria se desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas em vez de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do «tá bem, tudo bem », tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser um a ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso «dá lá um jeitinho» sentimental. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, fachada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor é para nos amar, para levar-nos de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida ás vezes mata o amor. A «vidinha» é uma conveniência assassina.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita. Não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. a realidade pode matar. O amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia, e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder, não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
O que quero fazer é o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Teixeira de Pascoaes meteu-se num navio para ir atrás de uma rapariga inglesa com quem nunca tinha falado. Estava apaixonado, foi parar a Liverpool. Quando finalmente conseguiu falar com ela, arrependeu-se. Quem é que hoje é capaz de se apaixonar assim?
Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão mesmo ali ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram «em diálogo». O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica da camaradagem. A paixão, que deveria se desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas em vez de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do «tá bem, tudo bem », tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser um a ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso «dá lá um jeitinho» sentimental. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, fachada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor é para nos amar, para levar-nos de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida ás vezes mata o amor. A «vidinha» é uma conveniência assassina.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita. Não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. a realidade pode matar. O amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia, e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder, não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso, Último volume, Lisboa, 1991
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Queridos leitores
Desculpem a ausência, ainda por cima com este friozinho, devem ter sentido uma pontinha de saudade de mim. Pois bem, eu estive um pouco ocupada e não só! Avizinham-se coisas bastante interessantes para o futuro, por isso meninos e meninas, estejam atentos. Prometo que não se irão arrepender :) Beijinho e boa noite a todos!
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Pessoas da Internet
Acabei de descobrir que o meu blog é procurado por: merendas mistas caseiras. Ora bem, se alguém estiver interessado em pagar, terei todo o gosto em vos fazer as minhas deliciosas merendinhas, de resto, e mesmo nesse caso, muito dificilmente consigo arranjar tempo para aqui vir dar-vos uma palavrinha, quanto mais merendas, ainda que remuneradas!
[qualquer coisinha, deixem o vosso pedido num comentário, posteriormente eliminado]
Aii, cabecinha pensadora!
Normalmente não sou grande fã de palavras cruzadas e coisas do género porque considerava-as um bocado difíceis e secantes, era mais do tipo de cruzadex, em que tudo já vem feito, só falta completar.
Há uns tempos tenho vindo a aumentar o gosto pelo sudoku, e venho a resolver os mais difíceis de um caderninho que já tenho há algum tempo.
Hoje descobri as palavras cruzadas. Pela primeira vez consegui completar um quadro de palavras cruzadas (sim, olhava para as soluções, mas apenas para verificar se as respostas que eu pensava estavam bem!) e já estou para aqui a tratar de outro que me está a dar cabo do juízo. É que ainda por cima aprendem-se coisas bastantes interessantes. Esta minha mente todos os dias me surpreende..
25º Postal Recebido - Alemanha
Dusseldorf, Alemanha
Düsseldorf's Rhine promenade with tower and Lambertus
22º Postal Recebido - Filipinas
Legazpi City, Daraga Albay
Mayon Volcano Legazpi City, Daraga Albay - Mayon Volcano's name is derived from the Bicol word "mangayon" wich means "beauty". It is considered to be the world's most perfectly-formed volcano
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